Passei pela porta que bateu atrás de mim, deixando um aviso do lado de fora - AUSENTE.
Vasculhei os armários das minhas lembranças e chorei um choro diferente, não era de alegria, tristeza, saudade, mágoa, raiva, ou talvez fosse de tudo isso junto, talvez fosse a ausência de todos esses sentimentos, tão familires no dia a dia daqueles anos.
Choro de libertação, identifiquei.
Pela primeira vez ao remexer antigas feridas, felizes lembranças, nada doeu.
Talvez não fosse choro, fosse lavação, faxina, água de balde que a gente joga longe, forte e lava - banho de alma.
Eram lágrimas desinfetantes, mesmo sua força límpida não encontrou vestígios de poeira, não encontrou nada. Começou e terminou cintilante, transparente.
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